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Por trás da selfie: Veja qual o preço real do turismo visual

Desde a pandemia, as redes sociais intensificaram um fenômeno global: o turismo “instagramável”. Destinos são escolhidos não pela riqueza histórica ou cultural, mas pela beleza de uma imagem, pela promessa de likes. Mas qual é o real custo dessa busca pela foto ideal?


O que é turismo “instagramável”?

O conceito, conforme explica o site InfoMoney, engloba viagens motivadas pela estética das redes sociais — praias isoladas, murais floridos, mirantes de cartão‑postal — e não pelos valores locais ou experiências autênticas. Conteúdos de viagem no TikTok cresceram 410% desde 2021, e hashtags como #travelgram ultrapassam milhões de publicações.


Quando e onde isso acontece?

O fenômeno se intensificou após 2020, com a reabertura das viagens. Em destinos da Europa — Cinque Terre na Itália, Hallstatt na Áustria e Étretat na França —, o turismo visual provocou erosão, superlotação e inflação imobiliária, impulsionada por plataformas como Airbnb .


Como afeta comunidades e ambiente?

O impacto é duplo:

  • Econômico: plataformas de hospedagem reduzem oferta para moradores, encarecendo aluguel e distanciando residentes. Restaurantes tradicionais são substituídos por negócios estéticos porém menos autênticos.

  • Ambiental e cultural: trilhas comuns como as falésias de Étretat sofrem erosão acelerada. Em resposta, governos, como o de Barcelona e Paris, limitam as locações turísticas, elevam taxas ou regulamentam rigorosamente o setor.


Por que isso é preocupante?

O turismo “instagramável” não produz experiências genuínas — e pode excluir os próprios moradores. Além de esvaziar o sentido cultural das viagens, transfere riqueza do cotidiano ao espetáculo visual. Conforme especialistas, a obsessão por “estar na foto certa” atende ao FOMO (medo de perder algo), mas encerra, na performance, a vivência real.


O que a alternativa consciente propõe?

Movimentos recentes orientam a busca por experiências autênticas:

  • Turismo de essência: prioriza cultura local, interações genuínas e respeito ambiental.

  • Marketing realista: Getty Images descobriu que 98% das gerações Z e Millennials valorizam imagens autênticas e rejeitam manipulações.

  • Sustentabilidade como critério: jovens viajam de forma mais responsável, valorizando pequenos negócios e preservação local .


Conclusão

O turismo “instagramável” oferece cenários sedutores, mas cobra um custo invisível: a perda de autenticidade, o impacto social e a degradação ambiental. Para preservar a essência do viajar é preciso repensar a viagem como vivência — e não como post.